Uma gari que trabalha diariamente varrendo a Praça da Estação, no centro de Belo Horizonte, chama a atenção de todos que passam apressados para pegar o metrô ou os ônibus que operam no terminal.
Margareth Maria da Silva, 52 anos, tem mais de 90 piercings somente no rosto. Ela conta que começou a enfeitar o corpo aos 8 anos de idade, e a partir daí não parou mais."Minha mãe me levou para assistir a um filme sobre os povos indígenas, e fiquei deslumbrada. Cheguei em casa e, quando minha mãe foi trabalhar, coloquei vários espinhos de coco e de laranjeira no rosto. Ela chegou e me levou correndo para o médico", recorda. Mas a preocupação da mãe não adiantou muito. A menina insistiu tanto que ela acabou concordando com os enfeites.
E as extravagâncias da gari não param por aí. Além dos quase 100 piercings no rosto e nas orelhas, e outras dezenas espalhados pelo corpo, ela resolveu incrementar o visual pintando os cabelos com as cores rosa, verde, amarelo e roxo.
No começo, Margareth, que tem sete filhos, diz que era muito discriminada. Apesar de não ligar para as opiniões alheias, ela afirma que hoje em dia não causa tanto espanto, porque "virou moda".
"Sou sempre parada nas ruas e elogiada por pessoas que gostam da minha arte", brinca. Margareth diz que as jóias nunca atrapalharam seu trabalho ou sua vida pessoal, e que tem orgulho de ser do jeito que é.
Perguntada se colocaria mais, a gari responde sem titubear: "se você me der um alfinete aqui agora eu coloco no rosto, sem anestesia", avisa.
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