quinta-feira, 10 de junho de 2010

Quelóide, uma cicatrização indesejada

Afrodescendentes, mestiços e asiáticos são freqüentemente acometidos por esse problema
              Todo mundo tem alguma cicatriz no corpo. Essa marca pode ser oriunda de um tombo na infância, de um corte profundo feito com faca ou de uma cesariana, por exemplo. Entretanto, nossa pele tem a capacidade de se regenerar. Essa regeneração acontece graças ao colágeno produzido pelos fibroblastos. Porém, essa produção de colágeno pode estar alterada, resultando num processo de cicatrização exagerado, conhecido popularmente como quelóide.             Segundo o dermatologista Marcelo Bellini, antes de entender como se forma essa cicatrização exagerada, é necessário compreender a diferença entre cicatriz hipertrófica e quelóide. “A hipertrófica é uma cicatriz que fica restrita ao ferimento, ou seja, é uma marca que não ultrapassa a lesão. Já a quelóide é uma cicatriz que ultrapassa a lesão, geralmente tem uma aparência ressaltada, grosseira e espessa”.
           A dermatologista Adriana Dias, do Hospital Nipo Brasileiro de São Paulo, explica que o quelóide pode resultar de um traumatismo mínimo, porém, é mais comum aparecer após queimaduras, incisões cirúrgicas, ferimentos, vacinas e até acnes.
Embora existam inúmeros tratamentos eficazes para quelóide, o resultado nem sempre é satisfatório. “Muitas vezes, o quelóide volta a aparecer após algum tempo. Por isso, é muito importante ter acompanhamento médico para que sejam realizados tratamentos preventivos”, alerta a dermatologista.
Predisposição
          Afrodescendentes, mestiços e asiáticos são freqüentemente acometidos pelo quelóide. No entanto, a predisposição genética e o histórico familiar também podem influenciar na formação desse tipo de cicatriz. “Você pode ser descente de japonês e não ter quelóide. Porém, se você tem um familiar com quelóide, existe uma grande possibilidade de você ter também”, diz Adriana Dias.
Região
          O quelóide aparece com mais frequência na região do tórax e nas costas. “Porém, se a pessoa tiver uma predisposição genética, essa cicatriz exagerada pode aparecer em outras regiões do corpo, principalmente onde foram feitas intervenções cirúrgicas”, explica a dermatologista.
           Marcelo Bellini esclarece que tatuagens nem sempre formam quelóides na pele. “A agulha da tatuagem não agride a pele em profundidade a ponto de criar um quelóide, porém, se você já tem histórico de cicatrização exagerada, é melhor conversar primeiro com um médico antes de tomar qualquer decisão”, alerta.

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