sábado, 6 de novembro de 2010

Mitos da MPB

Ângela Maria
Reprodução
Na foto à direita, tudo é superlativo. A blusa larga e estampada quase ofusca o rosto de Ângela Maria, que, de peruca loura, cílios postiços e forte maquiagem, soltava uma sonora gargalhada como se previsse o sucesso de “Tango para Teresa”, que tinha acabado de gravar. “Hoje, alguém pôs a rodar/ Um disco de Gardel/ No apartamento junto ao meu/ Que tristeza me deu” foram os versos que estouraram nas paradas em 1975, entoados com a emoção característica da cantora.
Superlativo sempre foi também o talento desta artista nascida em Macaé, no Rio de Janeiro, como Abelim Maria da Cunha. Ela cresceu cantando em igrejas e adotou o pseudônimo de Ângela Maria para a família não desconfiar que ela tentava a sorte em programas de rádio. Contratada da Rádio Mayrink Veiga, Ângela ganhou o Brasil nos anos 50, foi eleita quatro vezes Rainha do Rádio e conquistou a simpatia do então presidente Getúlio Vargas, responsável por lhe dar o apelido de Sapoti.
Em meio século de carreira, a cantora gravou mais de 100 discos e, mesmo longe dos estúdios desde 1999, ainda
faz a alegria dos fãs. “O público não me esquece. Faço
shows ainda hoje para 30 mil pessoas pelo interior do Brasil. Por onde passo, encontro casa lotada. A falta de memória
está nos meios de comunicação, que vivem do modismo”,
diz a intérprete, que completou 75 anos na terça-feira 13, como um dos maiores mitos da MPB.

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