sábado, 6 de novembro de 2010

Sinais de Alerta

É melhor ser alegre que ser triste. Estudo mostra que estresse em mulheres de meia idade pode gerar demências na velhice




A vida moderna pode ser boa e confortável. Mas o que deveria apenas facilitar o cotidiano pode trazer situações estressantes. O celular que não para de tocar, o trânsito, o trabalho, a ociosidade. Quem passa por essas situações e perde as estribeiras ainda na meia idade pode enfrentar consequência mais graves na velhice. Um estudo feito pela Universidade de Gotemburgo, da Suécia, reforça que as mulheres, principalmente, podem ser vitimas de demências, após os 60 anos.
O estudo é um alerta, assegura a especialista em neuropsicologia Andrea Banderas. Basicamente, o estresse é uma resposta do organismo frente a um perigo, que prepara o corpo para fugir ou lutar. É bom, mas até certo nível, e é preciso manter sob controle. “Muitas vezes pode ser inevitável, mas é preciso conhecer formas de amenizar a ansiedade, que pode se transformar em estresse crônico. E é exatamente nesse estágio que ele pode ser o causador das demências, quando se extende por um longo período, ou seja, atinge seu pico e se mantêm sem cessar”, explica Banderas.
 

A equipe de pesquisadores de Gotemburgo acompanhou 1.415 pessoas do sexo feminino, que tinham entre 38 e 60 anos no início da pesquisa. Os níveis de estresse foram avaliados em três anos: 1968, 1974, 1980. O distúrbio psicológico foi definido como uma "sensação de irritação, tensão, nervosismo, ansiedade, medo ou problemas de sono", com duração de um mês ou mais. Durante o período do trabalho, 161 participantes receberam o diagnóstico de demência.
A partir desses dados, os cientistas concluíram que o risco da patologia foi 65% maior em quem sofreu estresse frequente na meia idade. A chance subiu para 73% quando as voluntárias relataram o problema em duas das avaliações, e mais do que o dobro quando os três levantamentos mostraram sinais de estresse.
Além de doenças neurológicas como o Alzheimer, o estresse também funciona como um gatilho para o Transtorno Cognitivo leve. “Os hormônios gerados pelo estresse, como o cortisol, por exemplo, entram na corrente sanguínea, então passam para o corpo e o cérebro, e logo após atingem o hipocampo - que é responsável pela memória -, fazendo com que ele diminua de tamanho, o que afeta diretamente o funcionamento cerebral”, explica a neuropsicóloga.
Recado às mulheres de meia idade: é preciso manter o equilíbrio. “Que a vida é corrida, todos sabemos, mas existem formas de garantir o controle. Primeiro, pela conscientização e do entendimento dos causadores do estresse. Depois, é preciso buscar técnicas para controlar seus efeitos, além de um programa de relaxamento específico. O resultado pode ser surpreendente”,

Nenhum comentário: